É indispensável definir as características para responder à pergunta: qual carro comprar? Ou seja, fazer a sua própria cabeça antes que outro a faça (no caso, o vendedor)
Isto porque comprar seu carro novo, usado ou seminovo ,é uma coisa séria, pois representa muito em dinheiro, satisfação e tempo, principalmente se você considerar que não é nada interessante arrepender-se da compra pouco tempo depois do negócio.
Por isso, preparamos para você um grupo de 4 artigos, os dois primeiros sobre o que você deve saber para concentrar suas preferências em um até dois ou três modelos no máximo; o terceiro artigo vai mostrar os prós e os contras das diversas “fontes” de vendas de carros, e o quarto artigo vai lhe preparar para o desfecho do processo, que é finalmente a compra do carro.
Você terá que tomar uma série de “ micro decisões” ao longo desse processo, e é muito ruim que você embarque na onda “vou tomando as decisões à proporção que elas forem aparecendo”; não se iluda, seja realista e modesto o suficiente para reconhecer que você não sabe tudo e deve entrar nessa batalha o mais preparado possível, senão será altamente influenciado pelas condições do momento, e principalmente pelo vendedor, que já se preparou devidamente, porque não é nem um pouquinho bobo.
Evitaremos aqui falar em marcas, pois nosso objetivo não é comercial, mas abordaremos as conveniências que podem lhe levar a um modelo ou outro. Antes de mais nada, é bom definir que tipo de comprador você se auto define:
-se você é emocional, e pretende agir como tal, então não perca o seu tempo: este artigo não é para você (mas depois não reclame das conseqüências…); mas ainda assim não perca os 2 artigos seguintes que lhe serão muito úteis, pois o no 3 vai lhe mostrar as diferenças entre as categorias de vendedores, e o no 4 vai lhe conduzir através dos cuidados a serem tomados ao defrontar-se perante as diversas categorias desses vendedores. Portanto vá se preparando para escolher o seu modelo, veja qual ano de fabricação se ajusta aos seus recursos e até logo, de qualquer forma lhe aguardaremos no artigo no 2 ou 3 desta série.
-se você é racional: todos os 4 artigos lhe serão muito úteis, e já dizemos porque: entre as 4 características seguintes: POTÊNCIA, ECONOMIA, ESPAÇO INTERNO, e PREÇO BARATO, você tem preferência por alguma delas ou gostaria de um veículo que tivesse todas essas características? Se você respondeu todas as quatro, desista: isto não existe. Você conseguirá compatibilizar 2 ou, no máximo, (e muito raramente) 3 características, e é exatamente por isso que este artigo vai servir: para, obedecendo às suas próprias prioridades, aprender a encontrar um (ou 2, ou 3 modelos) que atenderão às suas necessidades da maneira mais satisfatória.
Depois, aguardar os artigos 2, 3 e 4 para, juntando-se ao seu colega comprador emocional que está lá lhe esperando, usufruir dos mesmos benefícios dele a partir de então, conforme já definido acima.
Portanto, meu leitor racional, em primeiro lugar, não se deixe levar pela atração do design. Lembre-se que o carro deve satisfazer às suas necessidades, e não para usar como ostentação para seus vizinhos e parentes.
Agora vamos juntos analisar 8 condicionantes básicos. Dentro destes condicionantes, você fatalmente encontrará aspectos positivos para um tipo de carro, e logo no condicionante seguinte poderá achar aspectos negativos para o mesmo tipo de carro. É assim mesmo. Você é que terá que priorizar o que é mais importante para o seu caso.. Nós apenas lhe passamos informações úteis para que você possa fazer a melhor escolha, e não se esqueça de nada. Mas quem decide é você.
1-ASPIRAÇÕES BÁSICAS
2- UTILIZAÇÃO BÁSICA DO VEÍCULO
3-FREQÜÊNCIA DE UTILIZAÇÃO
4- QUANTOS SOMOS NO CARRO ?
5- GASTOS MENSAIS
6-REVENDA
7- SEGURANÇA E CONFORTO
8- CARROS INDESEJÁVEIS
COMECEMOS:
1-ASPIRAÇÕES BÁSICAS
Se você quer um carro potente, econômico, com grande espaço interno e barato, já foi dito acima que é impossível, portanto vai ter que priorizar alguma coisa. Se você deseja um carro com grande potência, saiba que Ceteris paribus, * (ou seja, mantidos os outros fatores iguais), ele não pode ser mais econômico no sentido de gasto de combustível que outros de menor potência.
Por exemplo, se ele é muito potente e ao mesmo tempo tem um peso muito baixo, poderá utilizar menor quantidade de cavalos vapor para empurrar o veículo que outro de menor potência e grande peso, portanto poderá sim ser mais econômico que este outro, mas aí o fator peso mudou, portanto não é mais Ceteris paribus
Uma forma de contornar essa armadilha, no caso da potência, é calcular a relação peso/potência cada um dos dois veículos, dividindo seu peso em kg pela sua potência nominal em cavalos-vapor . Assim, um carro que apresente 8 kg/cv será mais fácil de ser empurrado do que outro que tenha 9 kg/cv: e terá maior agilidade na aceleração, .
Quando se diz que “um carro com grande potência não pode ser, Ceteris paribus, mais econômico que outros”, já nem precisava fazer a conta, ou seja, presumia-se que todos os outros fatores eram iguais inclusive o peso, portanto nem precisaríamos calcular a relação peso/potência para confirmar a veracidade da afirmação.
No caso prático, como provavelmente os pesos não são iguais, é bom fazer a tal continha.
Por outro lado, se você procura qual carro mais carro econômico, não se esqueça de que economia não se consegue somente com pouco gasto de combustível, mas também com uma manutenção barata.
Como descobrir os carros que, ainda que baratos, são caros de manutenção?
Bem, é fato que o tipo de uso que se faz do carro influencia muito, mas alguns carros são mais caros de manter, e a chance disso acontecer é maior para os carros maiores e mais potentes; para os importados, particularmente para os que chegaram a pouco tempo ao Brasil, com baixa cobertura nacional; para os fora de linha, pois torna-se mais difícil de encontrar peças.
Vale a pena pesquisar por mais algum tempo, seja em revistas especializadas, seja fazendo perguntas no Google, ou até mesmo entabolando conversas informais com taxistas e mecânicos, que tem grande experiência nisso. Eles tem grande noção sobre os carros que gastam menos combustível e os mais baratos de consertar.
2- UTILIZAÇÃO BÁSICA DO VEÍCULO
Se você vai rodar preferencialmente na cidade, não vai precisar de um carro muito potente, mas sim de um veículo mais econômico, tipo 1.0, 1.2 etc.,a não ser se a sua cidade tiver muita ladeira, pois aí já valerá a pena um carro com um motor pelo menos 1.4. . Quanto à decisão entre um câmbio manual ou automático, creio que o mais importante para você será a escolha que você houver feito o entre o conforto e o preço, pois se você optou pelo preço mais baixo. é porque se sentirá satisfeito mesmo tendo que fazer um número maior de mudanças de marcha no trânsito da cidade. A única opção que não valeria a pena seria o câmbio automatizado, pois aí você não baixaria tanto o preço, e permaneceria sujeito aos solavancos a cada mudança de marcha na maioria dos modelos
Portanto, se o uso predominante for em estrada, um carro maior e mais potente é o mais indicado; se a estrada for boa, um carro mais baixo; e se o piso for ruim, carros com suspensões mais altas e mais robustas, e se além disso tiver terra, areia ou lama, aí deverá também ser um 4×4 ou com bloqueio de diferencial.
3-FREQÜÊNCIA DE UTILIZAÇÃO DO CARRO
Se a utilização é freqüente, como por exemplo diariamente, o ITEM consumo de combustível já terá peso mais considerável,seja no trânsito urbano, seja na estrada.
Portanto, quanto menor a freqüência de utilização (2 vezes, 1 vez por semana ou ainda menos ), menor peso terá o item “consumo de combustível de um automóvel”
4- QUANTOS SOMOS NO CARRO ?
Este é um ponto muito importante. Até três pessoas, se o transporte é predominantemente urbano, ainda dá para optar por carros menos potentes; mas se houver uso em estradas, aí será inevitável um carro maior e mais potente, e nesse caso preocupar-se também com o tamanho do porta molas , de 400 litros para cima.Por outro lado, não basta apenas saber quantas pessoas deverão ser transportadas, mas também se mais de uma pessoa vai conduzir o veículo, pois neste caso você deverá compartilhar os prós e contras com esta(s) outra(s). Vá fazendo uma lista dos modelos mais compatíveis com suas necessidades
(*)(Vamos citar freqüentemente esta expressão em latim: Ceteris paribus, também grafado como coeteris paribus que significa “no caso de todos os outros fatores serem rigorosamente iguais” , ou seja, quando analisamos a a influência de um fator sobre outro, isolando todos os outros fatores existentes. Por exemplo, quando se afirma que o fumo é prejudicial à saúde, e alguém argumenta “o meu avô morreu com 100 anos e fumava, portanto o fumo não faz mal”, não levou em consideração a herança biológica do seu avô, o tipo de vida que levava, o local em que vivia, as doenças a que foi exposto, etc. Não é com este tipo de comparações caóticas que os cientistas firmam suas convicções.
fonte: http://blogdomeucarro.com.br